O rio que fazia uma volta atrás de nossa casa
era a imagem de um vidro mole que fazia uma
volta atrás de casa
Passou um homem depois e disse: Essa volta
que o rio faz por trás de sua casa se chama enseada
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás de casa
Era uma enseada
Acho que o nome empobreceu a imagem.
(Manoel de Barros)
Em relação ao poema de Manuel de Barros, assinale a alternativa correta:
A utilização de verbos no pretérito, como “fazia” e “era”, evidencia que o rio não existe mais, e aponta para um desejo do eu-lírico em fazer uma crítica às ações constantes de agressão humana ao meio ambiente.
A expressão “cobra de vidro” caracteriza-se como uma metáfora para o rio, e salienta a perspectiva infantil, ligada à imaginação e à fantasia.
O anúncio do nome específico do acidente geográfico aguça ainda mais a imaginação do eu-lírico e o transporta para o mundo da fantasia.
O rio se caracteriza como um elemento simbólico que mantém o eu-lírico ligado ao presente e aos desafios que este presente traz.
A expressão “vidro mole” caracteriza-se como um pleonasmo literário, que enfatiza ainda mais a linguagem poética e romântica do texto.