O que singulariza o pessimismo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao evolucionismo oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás Cubas reabre a interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado levou mais a sério do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da humanidade.
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172)
Ao afirmar que Machado de Assis referendou o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da humanidade, o autor do texto dá força à ideia de que o criador de Brás Cubas
deixou-se levar pelo cientificismo dos pesquisadores mais ingênuos.
acabou se identificando com os arautos do progresso histórico.
alinhou-se ao pessimismo darwinista em relação ao futuro da humanidade.
rechaçou a ideia de que os homens constituam o centro privilegiado do universo.
considerou que a ciência da época soube como aliar-se às elucubrações da metafísica.
1. Observamos no enunciado a expressão “golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da humanidade”. Aqui, golpe equivale a uma crítica ou ataque às ideias segundo as quais o ser humano ocupa uma posição privilegiada ou central no universo.
2. Machado de Assis, por meio do sarcasmo de Brás Cubas, endossa essa crítica darwiniana: ele rejeita a visão antropocêntrica, contrariando o culto do progresso e as ingenuidades do cientificismo que colocavam o homem como pólo central da Criação.
3. A alternativa correta é a D, pois afirma exatamente que o criador de Brás Cubas “rechaçou a ideia de que os homens constituam o centro privilegiado do universo”, correspondendo ao sentido do “golpe” darwiniano.