O poder da vírgula
Numa prova de português do ensino fundamental, ante a pergunta sobre qual era a função do apóstrofo, um aluno respondeu: "Apóstrofos são os amigos de Jesus, que se juntaram naquela jantinha que o Leonardo fotografou".
A frase, além de alertar sobre os avanços que precisamos na excelência da educação, é didática quanto aos cuidados no uso da língua portuguesa, preciosidade que herdamos dos lusos, do galego e do latim.
O erro gritante que o aluno cometeu ao confundir dois termos com sonoridade parecida foi agravado com a colocação da vírgula depois de "amigos de Jesus".
(Josué Gomes da Silva, Folha de S. Paulo, 02/09/2012)
A respeito da falha de pontuação cometida pelo aluno, é correto afirmar que o emprego da vírgula
revela o caráter restritivo da expressão antecedente, indicando uma pausa desnecessária.
permite subentender que os apóstolos mencionados não eram os verdadeiros amigos de Jesus.
produz uma informação incoerente, pois indica que os apóstolos eram os únicos amigos de Jesus.
expressa desrespeito à figura religiosa, pois o aposto está associado a necessidades mundanas.
provoca uma ambiguidade, pois o pronome relativo pode se referir a “amigos” ou “Jesus”.