O planejamento da prática docente, atualmente, é uma atividade exigida pelos sistemas educacionais, em que se tem uma resistência por parte da maioria dos professores em elaborá-lo, apesar de reconhecerem sua importância e necessidade. Farias et al. (2011, p. 109), explicam que essa resistência “encontra-se nos resquícios de uma prática pedagógica adotada, sobretudo nos anos da ditadura (1964/1985), sob os auspícios do tecnicismo educacional. [...] Esta abordagem do planejamento favoreceu o desenvolvimento de práticas docentes individualistas, fragmentadas e promotoras da cópia, da reprodução, do silêncio e do ativismo” (2011, p. 109). Nos anos subsequentes, configurados por uma reabertura política, prevaleceu uma forte crítica a esse modelo burocrático de planejamento, em que se colocam em questão as ações educativas, em particular, a prática do planejamento. Apesar dessas ações, o contexto neoliberal que perpassa a década de 90, contribui para a desmobilização dos professores precarizando as condições de trabalho, o que repercute na prática do planejamento como um instrumento de organização da prática docente (FARIAS et al, 2011). Levando em consideração estas questões e tendo em vista uma perspectiva transformadora de educação, verifica-se que, o planejamento de ensino, se constitui como
um processo individualizado, em que o professor faz uma seleção dos conteúdos a serem ensinados em determinado período de tempo, sendo esta coerente com a abordagem do livro didático adotado pela escola.
uma prática coletiva, contínua e reflexiva, que sistematiza o fazer docente no que diz respeito a seus fins, meios, forma e conteúdo, e que é permeada por um processo de avaliação constante a respeito dos objetivos propostos.
uma seleção de conteúdos organizados de acordo com o cronograma da disciplina, sendo coerente com o Projeto Pedagógico da escola.
um mecanismo de padronização e controle do trabalho dos professores, em que se privilegia a forma, a redação técnica e os formulários.
um roteiro de atividades a serem desenvolvidas em sala de aula, de acordo com os objetivos que se deseja atingir, tendo a função de um “guia” para o professor.