O período pós-medieval foi um período de vastas demarcações e de consolidações em grande escala. Dentro dos limites definidos do novo domínio territorial, estabeleceram-se áreas unificadas de administração. [...] Na Idade Média, o mosaico histórico constituído pelos privilégios, deveres e direitos feudais e municipais, fundados em dedicatórias, preempções, conquistas, cartas, casamentos, quase dispensaria referência; fora da Igreja não havia campo contínuo de governo. Mas o novo domínio territorial, ao contrário, podia ser visto ou pelo menos imaginado; era um todo visível, e cada país que fosse politicamente unificado tornava-se, por assim dizer, um quadro completo em si mesmo. Essa imagem mental do poder só se tornou possível quando a continuidade territorial passou a ser um atributo do Estado soberano. Ali onde as fronteiras geográficas vieram reforçar essa imagem, como na Inglaterra, o Estado nacional se desenvolveu mais cedo e continuou por mais tempo o seu desenvolvimento.
(MUMFORD, 1958, p. 192-193).
A partir do texto e dos conhecimentos sobre a formação geopolítica europeia do início da Idade Média até a contemporaneidade, responda à questão a seguir.
Ao afirmar que, na Idade Média, “fora da Igreja não havia campo contínuo de governo”, o texto evidencia que
a ameaça dos bárbaros nórdicos (vikings) fortalecia o caráter fracionado da geopolítica medieval.
a Igreja era a única instituição a dominar política e economicamente o território da Europa Medieval.
o despotismo e a intolerância do catolicismo medieval asseguravam a unidade geopolítica europeia.
os laços que garantiam as unidades políticas medievais obedeciam a tradições e a critérios estabelecidos no antigo Império Romano.
a geopolítica da Europa Medieval caracterizava-se, com exceção da Igreja, pela formação de unidades políticas fundamentadas na fragmentação.