O peixe paulistinha (Danio rerio), ou zebrafish, já é utilizado há
30 anos como modelo experimental ao redor do mundo,
substituindo os roedores.
No Brasil, este animal já vem sendo utilizado em pesquisas
realizadas no Instituto Butantan.
Batizada de Plataforma Zebrafish, a estrutura para criação,
manejo e pesquisas com este animal foi montada no Centro de
Pesquisa em Toxinas, Resposta Imune e Sinalização Celular
(CeTICS), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão
(CEPIDs) financiados pela FAPESP.
Os modelos de zebrafish têm permitido pesquisas de
imunologia, ecotoxicidade, desenvolvimento genético,
expressão de células tumorais, toxicidade aguda, e biologia
celular. Além disso, o desenvolvimento de modelos de doenças
humanas em zebrafish é um primeiro passo para a sua
utilização na descoberta de medicamentos.
Para os leigos, pode parecer que os peixes estão muito mais
distantes do homem do que outros animais como os roedores.
Mas a diferença não é tão grande. O sequenciamento
genômico dos camundongos revelou que eles têm 80% de
genes em comum com o homem. Já os peixes paulistinhas têm
70% de semelhança.
Entre as vantagens do uso do peixe paulistinha em pesquisas, em substituição aos roedores, não está:
o ciclo de vida mais rápido, e a rápida organogênese embrionária.
o revestimento do corpo transparente dos embriões permite que as estruturas internas sejam observadas sem que seja necessário cortá-los.
a especificidade de muitos reagentes aplicados em animais de laboratório.
o menor custo para a manutenção destes animais.
o alto potencial biótico, gerando centenas de ovos por acasalamento.