O pano abre na casa de EURICO ARÁBE, mais conhecido como
EURICÃO ENGOLE-COBRA.
[...] CAROBA – E foi então que o patrão dele disse: “Pinhão, você sele o cavalo e vá na minha frente procurar Euricão...”
EURICÃO – Euricão, não. Meu nome é Eurico.
CAROBA – Sim, é isso mesmo. Seu Eudoro Vicente disse: “Pinhão, você sele o cavalo e vá na minha frente procurar Euriques...” EURICÃO – Eurico!
CAROBA – “Vá procurar Euríquio...”
EURICÃO – Chame Euricão mesmo.
CAROBA – “Vá procurar Euricão Engole-Cobra...”
EURICÃO – Engole cobra é a mãe! Não lhe dei licença de me chamar de Engole-Cobra, não! Só de Euricão!
CAROBA – “Vá na minha frente procurar Euricão para entregar essa carta a ele.”
EURICÃO – Onde está a carta? Dê cá! Que quererá Eudório Vicente comigo?
PINHÃO – Eu acho que é dinheiro emprestado.
EURICÃO – (Devolvendo a carta.) Hein?
PINHÃO – Toda vez que ele me manda assim na frente, a cavalo, é para isso. [...]
SUASSUNA, Ariano. O santo e a porca. Rio de Janeiro: José Olympio, 2005. (Primeiro Ato).
O texto é, predominantemente,
explicativo, considerando-se a interação dos personagens marcada pela alternância entre perguntas e respostas.
descritivo, considerando-se a relação entre os substantivos e os adjetivos, responsável pela caracterização dos personagens.
injuntivo, considerando-se o uso de verbos no modo imperativo, característico de textos que apresentam instruções de uso.
dialogal, considerando-se a interação verbal dos personagens e as alternâncias de fala, marcadas pelo uso de travessões.