“O nascimento dos movimentos de unificação não coincidiu com o nascimento do imperialismo; por volta de 1870, o pan-eslavismo já havia se libertado das vagas e confusas teorias dos eslavófilos, e já em meados do século XIX o sentimento pangermânico era corrente na Áustria. Contudo, somente após a triunfal expansão imperialista das nações ocidentais nos anos 80 cristalizaram-se movimentos, seduzindo a imaginação de camadas mais amplas. As nações da Europa central e oriental, que não tinham possessões coloniais e mal podiam almejar a uma presença no ultramar, decidiram então que “tinham o mesmo direito à expansão que os outros grandes povos e que, se não [lhes] fosse concedida essa possibilidade no além-mar, [seriam] forçadas a fazê-lo na Europa”.
ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 314.
Acerca dos movimentos do pan-eslavismo e do pangermanismo, assinale a alternativa CORRETA.
A Rússia combateu ambos os movimentos, pois tinha interesses imperialistas no leste europeu, dificultados pelo nacionalismo de tais grupos que resistiam a uma possível anexação ao Império Russo.
A chamada Crise dos Bálcãs foi resolvida somente após a assinatura do Tratado de Versalhes que separou o antigo Império Austro-Húngaro em diversos países e criou a Iugoslávia, unindo os povos eslavos num mesmo Estado.
O Pangermanismo criado no século XIX propunha o estabelecimento de um único Estado reunindo os povos de língua alemã, por isso mesmo, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-18) a Alemanha tentou anexar territórios entrando em confronto contra o Império Austro-Húngaro.
Movimento nacionalista pela união de todos os povos de origem eslava da Europa oriental, o paneslavismo era liderado pelos sérvios e esteve envolvido no estopim da Primeira Guerra Mundial, quando um estudante do movimento assassinou o arquiduque austríaco Francisco Ferdinando e sua esposa.
Tal como o pan-eslavismo, o pangermanismo foi discutido no período pós-guerra, levando a assinatura no Tratado de Versalhes em 1919, quando a Alemanha consegue o direito de anexar territórios a leste, como o Porto de Dantzig.