ENEM 2010 segunda aplicação

O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no princípio do século XIX.A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas). A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidadeda mobilização permanente.

HOBSBAWM, E. J. A era das revoluções. São Paulo: Paz e Terra, 1977.

No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”, trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que

a

a competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o enfrentamento do desemprego.

b

a completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos operários.

c

a introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para os operários.

d

o progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos novos tempos industriais.

e

a melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em favor dos direitos trabalhistas.

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Resposta
B
Tempo médio
1 min

Resolução

Análise da Questão:

A questão pede para identificar a razão pela qual a Revolução Industrial trouxe a "necessidade da mobilização permanente" para a classe operária, segundo a interpretação do texto de Eric Hobsbawm. O texto estabelece que o movimento operário surgiu como resposta à miséria, baseado na "consciência de classe" e "ambição de classe". A Revolução Francesa deu "confiança", enquanto a Industrial trouxe essa "necessidade da mobilização permanente".

Passo a Passo da Solução:

  1. Interpretação do Texto Base: O texto de Hobsbawm descreve a formação da classe operária como um grupo consciente de sua posição e com objetivos próprios ("consciência de classe e a ambição de classe"), em oposição aos patrões/capitalistas. A Revolução Francesa serviu como inspiração (confiança), mostrando que era possível derrubar classes dominantes.
  2. Foco na Revolução Industrial: A questão centraliza-se no impacto específico da Revolução Industrial: a "necessidade da mobilização permanente". Por que essa necessidade se tornou permanente? A Revolução Industrial consolidou o sistema capitalista de produção, criando grandes contingentes de trabalhadores assalariados (o proletariado) em condições muitas vezes precárias e submetidos ao poder dos capitalistas. Essa nova estrutura econômica e social, com a divisão clara entre capital e trabalho, tornou a luta de classes uma característica intrínseca e contínua da sociedade industrial.
  3. Análise das Alternativas à Luz do Texto:
    • A: Errada. A qualificação individual não é o foco do texto, que enfatiza a organização coletiva ("classe operária", "mobilização").
    • B: Correta. A "ambição de classe" mencionada no texto, juntamente com a "consciência de classe", sugere um objetivo maior do que apenas melhorias pontuais. A consolidação do capitalismo pela Revolução Industrial criou uma situação onde a exploração e a desigualdade eram vistas como inerentes ao sistema. Portanto, a "mobilização permanente" seria necessária para lutar pela transformação fundamental desse sistema econômico, visando a emancipação dos operários. Isso se alinha com a perspectiva de Hobsbawm e com a ideia de uma luta de classes contínua.
    • C: Errada. Embora a introdução de máquinas pudesse impactar os ganhos, o texto foca na organização e na ambição de classe como motores da mobilização, não apenas na reação à tecnologia. A necessidade de mobilização é apresentada como algo mais fundamental.
    • D: Errada. Esta visão otimista do progresso tecnológico distribuindo riquezas contraria a ideia de conflito de classes e a necessidade de mobilização dos "miseráveis" apresentada no texto.
    • E: Incompleta/Errada. A luta por direitos trabalhistas e melhores condições é uma parte importante do movimento operário, mas a expressão "necessidade da mobilização permanente" no contexto da "ambição de classe" sugere um objetivo mais radical e estrutural, como a transformação do próprio sistema capitalista (emancipação), e não apenas a conquista de melhorias dentro dele. A alternativa B capta melhor essa dimensão fundamental da luta de classes.
  4. Conclusão: A Revolução Industrial, ao estabelecer o capitalismo industrial como modo de produção dominante, criou uma estrutura de classes antagônicas. A compreensão de que a exploração e a desigualdade eram inerentes a esse sistema, e que a emancipação dos trabalhadores exigiria uma mudança fundamental, levou à "necessidade da mobilização permanente". A alternativa B expressa essa ideia ao conectar a mobilização permanente à necessidade de uma transformação completa da economia capitalista para a emancipação operária.

Dicas

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O texto diferencia o impacto da Revolução Francesa ('confiança') do impacto da Revolução Industrial ('necessidade da mobilização permanente'). Foque neste último.
Considere o significado de 'consciência de classe' e 'ambição de classe' no contexto da relação entre operários e patrões.
Pergunte-se: por que a mobilização precisaria ser 'permanente' após a Revolução Industrial? O que havia de permanente na nova situação?

Erros Comuns

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Confundir a luta por direitos trabalhistas e melhores condições (alternativa E) com a luta pela transformação radical do sistema capitalista (implícita na alternativa B e na ideia de 'ambição de classe' e 'mobilização permanente').
Interpretar a 'mobilização permanente' como uma simples reação a problemas imediatos como desemprego (alternativa A) ou impacto das máquinas (alternativa C), sem conectá-la à consciência de classe e à luta contra o sistema capitalista.
Não compreender a perspectiva do autor (Hobsbawm), que analisa o período sob a ótica da luta de classes e da formação da consciência operária.
Aceitar a visão otimista do progresso tecnológico (alternativa D), que ignora o conflito social destacado no texto.
Revisão

Revisão de Conceitos Essenciais:

  • Revolução Industrial: Processo de grandes transformações econômicas e sociais iniciado na Inglaterra no século XVIII, caracterizado pela mecanização da produção, surgimento das fábricas, urbanização e consolidação do capitalismo industrial.
  • Revolução Francesa (1789): Movimento político e social que derrubou a monarquia absolutista e o Antigo Regime na França, promovendo ideais de liberdade, igualdade e fraternidade. Serviu de inspiração para movimentos populares e questionamentos da ordem vigente em outros locais.
  • Classe Operária (Proletariado): Classe social surgida com a Revolução Industrial, composta por trabalhadores assalariados que vendem sua força de trabalho aos donos dos meios de produção (capitalistas) em troca de um salário.
  • Consciência de Classe: Percepção por parte dos membros de uma classe social de seus interesses comuns e de sua posição antagônica em relação a outras classes, especialmente no contexto da luta de classes entre operários e capitalistas.
  • Movimento Operário: Conjunto de organizações (sindicatos, partidos) e ações coletivas (greves, manifestações) realizadas pela classe operária para defender seus interesses, lutar por melhores condições de trabalho e de vida, e, em algumas vertentes, pela transformação da sociedade capitalista.
  • Capitalismo: Sistema econômico e social baseado na propriedade privada dos meios de produção, no trabalho assalariado e na busca pelo lucro.
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