O mito grego do Rei Midas fala de um governante que, após um ato benévolo, solicita ao deus Baco a capacidade de transformar tudo o que tocar em ouro. Se no início parecia um poder maravilhoso, com o passar do tempo o Rei percebeu se tratar de uma maldição, pois ele a ninguém podia tocar, ou nada podia comer, porque efetivamente tudo virava ouro. Tome-se uma adaptação dessa história grega: uma pessoa muito curiosa vai dormir pensando em como seria um mundo sem atrito e, no outro dia, acorda com a condição de possuir coeficiente de atrito zero, tanto o estático quanto o cinético, com tudo o que tocar, em qualquer parte do seu corpo, independente de estar usando roupas ou calçados. O que acontecerá com essa pessoa?
A quantidade de calor gerada por ela ao tocar qualquer coisa será muito grande, pois a função do atrito é limitar a quantidade de calor trocada entre sistemas.
Ela se transformará em um espelho com forma humana, pois é a ausência de atrito estático que dá aos materiais a propriedade de reflexão da luz visível.
O ato de caminhar a partir do contato dos pés com o chão necessita da presença do atrito, portanto ela não poderá mais se deslocar puramente caminhando.
O atrito barra a transferência de cargas elétricas entre os átomos, assim ela levaria uma descarga elétrica em qualquer tentativa de contato com alguma coisa.
Ela aumentaria a pressão que a pessoa exerce sobre os objetos que toca, podendo levar à deformação ou até a destruição deles.