“O Milagre Brasileiro e os Anos de Chumbo foram simultâneos. Ambos reais, coexistiram negando-se. Passados mais de trinta anos, continuam negando-se. Quem acha que houve um, não acredita (ou não gosta de admitir) que houve o outro”
(GASPARI, Elio. A Ditadura Escancarada. São Paulo: Cia das Letras, 2002).
“Em entrevista exclusiva à CNN nesta quinta-feira (7), a secretária de Cultura, Regina Duarte, minimizou a ditadura afirmando que ‘sempre houve tortura e que não quer arrastar um cemitério’. Após a fala, Regina Duarte desconversou sobre o tema, cantando trecho do jingle da Copa de 1970".
(CNN Brasil. Regina Duarte minimiza ditadura e interrompe entrevista à CNN. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/politica/regina-duarte-minimiza-ditadurae-interrompe-entrevista-a-cnn-veja-integra/. Acesso em: 17 out. 2021. (Fragmento de texto)
Os textos acima revelam um conflito de pontos de vista sobre um período específico do regime militar brasileiro, em que coincidem resultados econômicos positivos, nacionalismo entusiástico com o futebol, o início da transmissão da TV em cores, maior restrição de direitos políticos e repressão policial marcada pela vigilância ostensiva, tortura e execuções de investigados.
São marcos históricos que inauguram e encerram o período em questão:
a instauração do Ato Institucional n° . 5 (1968) e a Copa do Mundo do México (1970).
a instauração do Ato Institucional n° . 5 (1968) e a Campanha pelas Diretas Já (1983).
a instauração do Ato Institucional n° . 5 (1968) e o extermínio da Guerrilha do Araguaia (1974).
a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964) e a instauração do Ato Institucional n° . 5 (1968).
a realização da Marcha da Família com Deus pela Liberdade (1964) e a instalação da Assembleia Nacional Constituinte (1987).