O meu patrão ficou rico
E eu pobre sem tostão
Trabalhar eu não
Trabalhar eu não
Aníbal Alves de Almeida (Almeidinha)“Trabalhar eu não”, 1946
Em 1946, numa greve no porto de Santos, os trabalhadores enfrentaram a polícia usando o hino de guerra “Trabalhar eu não”. Isso bastou para que o então ministro do Trabalho, Octacílio Negrão de Lima, denunciasse Almeidinha como comunista, sendo o compositor salvo das grades por intervenção de alguns jornalistas seus conhecidos, entre os quais Nestor de Holanda.
Adaptado de SEVERIANO, J.; MELLO, Z. H. A canção no tempo. Vol. 1. Rio de Janeiro: Editora 34, 1999.
Apesar do processo de democratização na época, o episódio citado revela a permanência pelo Estado da prática de:
limitação do direito de voto
desrespeito da legislação trabalhista
impedimento da organização sindical
cerceamento da liberdade de expressão