O mapa apresenta algumas das expedições que, já em meados do século XVI, embrenharam-se pelo interior da colônia portuguesa, em especial as empreendidas pelos bandeirantes paulistas a partir do século XVII, que visavam, entre outros objetivos, o apresamento de nativos, e que foram fundamentais para o processo de interiorização e expansão do território.
Bandeira e Expedições de Apresamento (1550-1720)
MONTEIRO, John Manuel. Negros da Terra: índios e bandeirantes nas origens de São Paulo.
São Paulo: Companhia das Letras, 1994. p. 13. (Adaptado).
Com base na análise do mapa e considerando outros conhecimentos sobre o assunto, pode-se afirmar corretamente que:
enquanto o objetivo maior dos jesuítas era catequizar os indígenas, as bandeiras de apresamento visavam obter lucros com a venda dos escravos indígenas para as regiões açucareiras, o que explica a não utilização da mão de obra dos nativos por parte das missões jesuíticas
as bandeiras de apresamento ocorreram principalmente em função da atividade mineradora do ouro e diamante, sendo necessária uma maior oferta de mão de obra nativa, que teria predominado sobre a africana nas regiões ricas da colônia, pelo menos até o século XVIII
o período de pleno desenvolvimento das bandeiras de apresamento, durante o século XV II, decorreu da invasão espanhola no Nordeste colonial e sobre a região de Angola na África, desorganizando o tráfico de africanos escravizados para a colônia portuguesa
embora a coroa portuguesa, em função da lógica mercantilista, impusesse o uso de africanos escravizados na colônia, estimulando o tráfico negreiro, para o colono tornou-se mais vantajoso o uso de escravos indígenas, resultando daí o interesse nas bandeiras de apresamento