“O homem é um animal cívico [político], mais social do que as abelhas e outros animais que vivem juntos. A natureza, que nada faz em vão, concedeu apenas a ele o dom da palavra, que não podemos confundir com os sons da voz. Estes são apenas a expressão de nossas sensações agradáveis ou desagradáveis, de que os outros animais são, como nós, capazes. A natureza deu-lhes um órgão limitado a este único efeito; nós, porém, temos a mais, senão o conhecimento desenvolvido, pelo menos o sentimento obscuro do bem e do mal, do útil e do nocivo, do justo e do injusto, objetos para a manifestação dos quais nos foi principalmente dado o órgão da fala. Esse comércio da palavra é o laço de toda sociedade doméstica e civil [política]”.
Fonte: ARISTÓTELES. A política. São Paulo: Martins Fontes, 1991, p. 4.
Para Aristóteles, no processo de conhecimento e de aplicabilidade da racionalidade, é de extrema importância a estrutura da linguagem, e não apenas as palavras, conforme Gallo (2013, p. 84). No entanto, toda construção linguística demanda, a priori, a palavra como condição de expressão e de manifestação. Nesse sentido, é INCORRETO afirmar:
Para Aristóteles, as palavras não necessitam de regras lógicas na constituição de um discurso, pois são meramente convencionais e relativas.
Pela palavra o homem compartilha a vida em comunidades.
A palavra diferencia o homem de outras espécies de animais.
A palavra garante ao homem uma vida social, já que o faz ser político e sujeito pensante.