O fenômeno mais importante e abrangente da atualidade e sobre o qual muito se tem escrito e debatido – a globalização e sua relação com os Estados Nacionais – envolve inúmeras dimensões, às quais devemos considerar em sua historicidade. Neste sentido, podemos corretamente destacar:
A recente crise econômica globalizada abarca e espalha o pânico exclusivamente nos “mercado emergentes” enquanto os países mais desenvolvidos se beneficiam com a crise e solidificam seusmercados.
No aspecto político, há uma crise mundial de poder, soberania e autonomia decisória dos Estados Nacionais que perderam totalmente a importância como agência decisória, tendo sucumbido diante da força poderosa do mercado globalizado e dos fluxos financeiros que não respeitam as fronteiras nacionais.
Os Estados Nacionais, embora tenham entrado num longo processo de transformações vinculadas à globalização, em todos os seus aspectos, ainda é um ator fundamental na economia mundial, não sofrendo quaisquer limitações em sua soberania e em sua autonomia decisória.
A formação do Estado Nacional constituiuse em um longo processo histórico ainda nos séculos VIII e XIV na Europa Ocidental, durante o feudalismo, e envolveu a construção paulatina de uma autoridade central e soberana que foi aos poucos submetendo entidades de poder subnacionais, o feudo e a cidade (ou burgo), assim como entidades de poder supranacionais, isto é, a Igreja Católica e o Santo ImpérioRomano Germânico.
Os primeiros teóricos importantes a contestarem a noção central de soberania do Estado e as condições para o exercício legítimo da autoridade sobre um território e uma população acerca do Estado foram Jean Bodin e Thomas Hobbes.