O ex-monge Martinho Lutero escrevia em um pequeno texto de 1525: “Parece-me que não mais existe um diabo no inferno, mas que todos juntos se incorporaram nos camponeses. A fúria é exagerada e excede a todas as medidas. Como, pois, os camponeses carregam sobre si a maldição de Deus e dos homens, são várias vezes réus de morte no corpo e na alma e não têm nenhum direito a seu favor...”
(DE BONI, Luís A. (org.). Escritos selecionados de Matinho Lutero, Tomás Müntzer e João Calvino. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000, p.169).
A dura mensagem relaciona-se ao contexto belicoso da Reforma Protestante. Assinale a alternativa que explica de maneira correta tais conflitos:
Os camponeses referidos formavam a massa católica na Alemanha, que resistiu fortemente ao movimento liderado por Lutero. Por isso, ele os condena como heréticos e idólatras.
Os camponeses combatidos eram os seguidores de Calvino, que, devido às perseguições na França, haviam invadido a Alemanha em busca de refúgio. Existiam fortes divergências entre calvinistas e luteranos em relação à quantidade de sacramentos da igreja verdadeiramente cristã.
Os camponeses referidos no texto radicalizaram alguns princípios da Reforma e ocuparam terras que pertenciam aos príncipes e à nobreza alemã. Eles entendiam que Lutero tinha corrompido o Evangelho ao aliar-se aos poderosos.
Os camponeses combatidos por Lutero eram bruxos e bruxas que praticavam seus rituais na Floresta Negra germânica. Por isso, pode-se afirmar que os protestantes também tiveram algo semelhante ao Tribunal da Santa Inquisição para condená-los.