“O ex-deputado federal Diógenes Arruda Câmara denunciou, em seu depoimento, em 1970, o que ocorreu à filha de seu companheiro de cárcere, o advogado Antônio Expedito Carvalho: (...) ameaçaram torturar a única filha de nome Cristina, com dez anos de idade, na presença do pai; ainda assim, não intimidaram o advogado, mas, de qualquer maneira, foram ouvir a menor e, evidentemente, esta nada tinha a dizer, embora as ameaças feitas – inúteis, por se tratar de uma inocente que, jamais, é obvio, poderia saber de alguma coisa”
(Depoimento retirado do Livro Brasil Nunca mais: relato para a História, organizado pela arquidiocese de São Paulo, publicado em 1986, pela Editora Vozes, p. 44).
Considerando o texto acima, assinale a alternativa correta sobre o Regime Militar brasileiro entre 1964 e 1985.
Embora a prática de tortura seja muito antiga no país e no mundo, no Brasil, tornou-se instrumento rotineiro nos interrogatórios sobre atividades de oposição ao regime militar a partir de 1964.
Quando, em abril de 1964, os militares derrubaram o presidente João Goulart e ocuparam o poder, estavam rompendo com uma prática ininterrupta de democracia republicana constituída desde a Proclamação da República.
A prática de tortura após 1964 foi ocasional e estava desligada da estrutura autoritária do Estado.
A ascensão ao poder realizada pelos militares em 1° de abril de 1964 se deu com base em um discurso nacionalista e popular e dentro da legalidade prevista pela Constituição da época.
De todos os governantes militares, foi na fase do primeiro presidente, o General Humberto de Alencar Castelo Branco, que se deu o período mais absoluto de repressão, violência e supressão das liberdades civis.