O Etnocentrismo consiste em privilegiar um universo de representações propondo-o como modelo e reduzindo à insignificância os demais universos e culturas “diferentes”. De fato, trata-se de uma violência que, historicamente, não só se concretizou por meio da violência física contida nas diversas formas de colonialismo mas, sobretudo, disfarçadamente por meio daquilo que Pierre Bourdieu chama “violência simbólica”, que é o “colonialismo cognitivo”, na antropologia de De Martino.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/icse/a/?lang=pt. Acesso em: nov. 2021. Adaptado.
A expressão do Etnocentrismo se manifestou de diversas formas no decorrer do desenvolvimento das sociedades humanas, como se observa
na escravização do africano durante o período mercantilista, quando a ausência de civilizações e de sociedades organizadas na África subsaariana, contribuiu para a utilização, na América, da mão de obra negra.
na inexistência da dominação colonial imperialista europeia no continente asiático, diante da sofisticação das sociedades indiana e chinesa, inviabilizando a sustentação de teorias de superioridade racial.
no Destino Manifesto, que apregoava a igual contribuição de todas as raças e etnias formadoras da sociedade estadunidense, fator fundamental para a formação da democracia nos Estados Unidos.
na formação do nazismo alemão, que defendia a união dos arianos, negros, ciganos e ameríndios das diversas partes do mundo, contra a ameaça internacional da conspiração judaica para a tomada do poder.
no fundamentalismo étnico, político e religioso responsável por dificultar a concretização do acordo de paz estabelecido anteriormente na Conferência de Oslo, o qual teve como fundamento o reconhecimento mútuo das identidades políticas de Israel e da Organização para a Libertação da Palestina (OLP).