O ensaísta Roberto Schwarz alude ao fato de haver no país um descompasso ideológico, isto é, o desconcerto de uma sociedade escravista, mais as ideias importadas do liberalismo europeu. De onde a sensação de que, no Brasil, as ideias estão deslocadas em relação ao seu uso europeu: há um desacordo entre a situação local e o molde importado. As ‘nossas’ coisas, assim, não seriam nossas.
Dos itens abaixo, o exemplo literário que reflete o espírito do tema acima exposto é:
“Alguém há de cuidar que é frase inchada / Daquela que lá se usa entre essa gente” (Cláudio Manuel da Costa)
“Invejo o ourives quando escrevo;/ Imito o amor / Com que ele, em ouro, o alto-relevo / Faz de uma flor.” (Olavo Bilac)
“Minha terra tem primores, / Que tais não encontro eu cá; / Em cismar – sozinho à noite - / Mais prazer encontro eu lá;” (Gonçalves Dias)
“A praça! A praça é do povo / Como o céu é do condor,” (Castro Alves)
“Tupi or not tupi, that is the question”. (Oswald de Andrade)