FACASPER 2018
O documentário O dia que durou 21 anos, dirigido por Camilo Tavares, busca retratar como o governo dos EUA patrocinou e apoiou o golpe militar no Brasil em 1964. Em entrevista ao site IHU On-Line, datada de 22 de abril de 2013, o diretor do filme afirmou: “Nos textos vemos que a ditadura estava fora de controle no sentido da tortura e da violação aos direitos humanos, mas os EUA mantinham o ‘silêncio dourado’ - expressão original do telegrama!”.
Diante da afirmação do diretor e do que mostra o documentário, pode-se afirmar que:
os militares mostravam-se nitidamente favoráveis à orientação nacionalista e trabalhista que o governo João Goulart assumia. Nesse sentido, a intervenção militar de 1964 deu-se na perspectiva de defender os interesses nacionais.
o golpe militar de 1964 atendeu somente o desejo de amplos setores civis do país, como empresários, grupos da classe média e setores ligados à Igreja Católica, que eram contrários à influência dos EUA e do capital estrangeiro nos rumos da política nacional.
o golpe militar de 1964 e as ações violentas eram vistas como um ‘mal necessário’ ante o objetivo fundamental de manter o sistema econômico apoiado nas grandes corporações multinacionais e brasileiras, mesmo que em detrimento de valores democráticos.
o governo implantado com o golpe militar promoveu um regime político baseado no “silêncio dourado”, o que era repudiado pelo governo americano em decorrência da violação sistemática dos valores defendidos pelos EUA.
os militares brasileiros promoveram um golpe sem o conhecimento dos órgãos de inteligência do governo dos EUA, o que levou à posterior implantação da lei do “silêncio dourado” mencionada por Camilo Tavares.
