ENEM 2020 segunda aplicação

A questão aborda a necessidade de substituir os lixões por aterros sanitários no Brasil, conforme estabelecido pelo marco regulatório do saneamento básico. Para resolver a questão, devemos entender as diferenças fundamentais entre essas duas formas de disposição final de resíduos e seus respectivos impactos ambientais.

1. Análise do Texto Base: O texto informa sobre o problema do descarte inadequado de lixo no Brasil, a baixa porcentagem de municípios com disposição adequada e a lei que exige a transformação de lixões em aterros sanitários até 2024.

2. Compreensão dos Conceitos:

• Lixão: É uma área de disposição final de resíduos sólidos sem nenhum preparo anterior do solo, nem qualquer sistema de tratamento de efluentes líquidos (chorume). O lixo é depositado diretamente sobre o solo e, muitas vezes, a céu aberto. Isso causa contaminação do solo, das águas subterrâneas e superficiais pelo chorume, proliferação de vetores de doenças e poluição do ar pela queima de resíduos ou emissão de gases.
• Aterro Sanitário: É uma obra de engenharia projetada para a disposição segura de resíduos sólidos urbanos. O solo é impermeabilizado com mantas sintéticas e/ou camadas de argila para evitar a infiltração do chorume no solo e lençol freático. Possui sistemas de drenagem para coletar o chorume, que é então encaminhado para tratamento. Também pode ter sistemas para captar e tratar ou queimar o biogás gerado pela decomposição da matéria orgânica.

3. Avaliação das Alternativas: A pergunta central é "Por que a medida (substituir lixões por aterros) é necessária?". Precisamos encontrar a alternativa que melhor descreve a vantagem ambiental crucial dos aterros sobre os lixões.

• Alternativa A: Afirma que a poluição é reduzida nos aterros pela impermeabilização do solo e tratamento do chorume. Isso está correto. A impermeabilização impede a contaminação do solo e das águas subterrâneas, e o tratamento do chorume evita a poluição das águas superficiais. Essa é a principal vantagem ambiental do aterro sobre o lixão.
• Alternativa B: Sugere que aterros viabilizam o reaproveitamento da matéria orgânica. Embora a compostagem possa ser integrada à gestão de resíduos, o aterro sanitário em si é primariamente um local de disposição final, não de reaproveitamento. A matéria orgânica se decompõe no aterro, mas o foco é o controle ambiental dessa decomposição, não necessariamente o reaproveitamento como adubo em larga escala dentro do próprio aterro.
• Alternativa C: Diz que lixões são mais caros que aterros. Isso é incorreto. A construção e operação de um aterro sanitário, com toda a engenharia necessária (impermeabilização, drenagem, tratamento de chorume, etc.), são significativamente mais caras do que simplesmente despejar lixo em um terreno (lixão).
• Alternativa D: Afirma que nos lixões não há possibilidade de separação para reciclagem. Embora não haja separação organizada e formal nos lixões, a separação informal por catadores ocorre. Além disso, a separação ideal ocorre *antes* do descarte final (coleta seletiva). O aterro também não é, por definição, um local de separação; é um local de disposição.
• Alternativa E: Sugere que áreas de lixões desativados podem ser usadas imediatamente para plantação. Isso é incorreto e perigoso. Lixões desativados contêm solo e, possivelmente, água subterrânea contaminados, exigindo remediação complexa e monitoramento antes de qualquer uso seguro, especialmente para agricultura.

4. Conclusão: A alternativa A descreve corretamente a principal razão ambiental para a substituição de lixões por aterros sanitários: a proteção do solo e da água através da impermeabilização e do tratamento do chorume, reduzindo significativamente a poluição em comparação com os lixões.