ENEM 2019 segunda aplicação

O debate sobre o conceito de saúde refere-se à importância de minimizar a simplificação que abrange o entendimento do senso comum sobre esse fenômeno. É possível entendê-lo de modo reducionista, tão somente, à luz dos pressupostos biológicos e das associações estatísticas presentes nos estudos epidemiológicos. Os problemas que daí decorrem são: a) o foco centra-se na doença; b) a culpabilização do indivíduo frente à sua própria doença; c) a crença na possibilidade de resolução do problema encerrando-se uma suposta causa, a qual recai no processo de medicalização; d) a naturalização da doença; e) o ceticismo em relação à contribuição de diferentes saberes para auxiliar na compreensão dos fenômenos relacionados à saúde.

BAGRICHEVSKY, M. et al. Considerações teóricas acerca das questões relacionadas à promoção da saúde. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (Org.). A saúde em debate na educação física. Blumenau: Edibes, 2003.

O texto apresenta uma reflexão crítica sobre o conceito de saúde, que deve ser entendida mediante

a

dados estatísticos presentes em estudos epidemiológicos.

b

pressupostos relacionados à ausência de doenças nos indivíduos.

c

responsabilização dos indivíduos pela adoção de hábitos saudáveis.

d

intervenção da medicina nos diferentes processos que acometem a saúde.

e

compreensão dos fenômenos sociais, políticos e econômicos relacionados à saúde.

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Resposta
E
Tempo médio
1 min

Resolução

Análise da Questão:

A questão pede que interpretemos um texto que apresenta uma crítica a uma visão simplista e reducionista do conceito de saúde. O objetivo é identificar, com base na crítica do texto, qual seria a compreensão mais adequada de saúde.

Passo a Passo da Solução:

  1. Leitura e Compreensão do Texto Base: O texto argumenta que o conceito de saúde é frequentemente simplificado, reduzindo-o a "pressupostos biológicos" e "associações estatísticas" (estudos epidemiológicos). O autor considera essa visão reducionista problemática.

  2. Identificação da Crítica Central: O texto critica a visão reducionista porque ela leva a problemas como: focar apenas na doença (e não na saúde), culpar o indivíduo pela sua doença, acreditar que a solução está apenas na medicalização, naturalizar a doença (torná-la algo comum e esperado) e ignorar a contribuição de outros saberes (além da biologia e estatística) para entender a saúde.

  3. Inferência sobre a Visão Defendida: Se o texto critica uma visão focada apenas no biológico e estatístico, e lamenta o ceticismo em relação a "diferentes saberes", ele implicitamente defende uma visão mais ampla e complexa da saúde, que considere outros fatores além do corpo e da doença.

  4. Análise das Alternativas à Luz da Crítica:

    • Alternativa A (dados estatísticos): O texto menciona os estudos epidemiológicos como parte da visão reducionista que está sendo criticada. Portanto, esta não é a compreensão defendida.
    • Alternativa B (ausência de doenças): Isso se alinha com o problema de focar na doença, que o texto critica. É uma visão limitada (biomédica) que o texto contesta.
    • Alternativa C (responsabilização dos indivíduos): O texto aponta a "culpabilização do indivíduo" como um dos problemas da visão reducionista. Assim, essa alternativa representa algo que o texto critica, não defende.
    • Alternativa D (intervenção da medicina): A crítica ao "processo de medicalização" mostra que o texto vê a intervenção médica excessiva como um problema decorrente da visão reducionista, e não como a solução ou a forma correta de entender a saúde.
    • Alternativa E (fenômenos sociais, políticos e econômicos): Esta alternativa propõe uma compreensão ampla, que vai além do biológico e inclui fatores sociais, políticos e econômicos. Isso contrasta diretamente com a visão reducionista criticada e se alinha com a ideia de incorporar "diferentes saberes" para entender a saúde. É a única opção que reflete a perspectiva crítica do texto.
  5. Conclusão: O texto defende uma visão ampliada de saúde, que considere seus múltiplos determinantes. A alternativa E é a que melhor representa essa visão, ao incluir os fenômenos sociais, políticos e econômicos como essenciais para a compreensão da saúde.

Resposta Final:

A alternativa correta é a E, pois o texto critica uma visão puramente biomédica e estatística da saúde, sugerindo a necessidade de uma abordagem mais abrangente que incorpore outros saberes e considere os múltiplos fatores (sociais, políticos, econômicos) que influenciam o processo saúde-doença.

Dicas

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Identifique qual visão sobre saúde o texto está criticando.
Observe os problemas que o texto associa a essa visão criticada (itens 'a' a 'e').
Procure a alternativa que propõe uma visão de saúde que *evita* esses problemas e considera uma perspectiva mais ampla.

Erros Comuns

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Interpretar que o texto apoia os elementos que ele, na verdade, critica (como dados estatísticos ou ausência de doença).
Não perceber o tom crítico do texto em relação à visão biomédica e à medicalização.
Confundir a crítica à culpabilização do indivíduo com uma negação da importância de hábitos saudáveis.
Focar em palavras-chave isoladas (ex: "epidemiológicos", "doença", "medicalização") sem compreender o argumento central do texto.
Achar que a crítica se dirige apenas a um dos pontos (a, b, c, d, ou e) e não ao conjunto da visão reducionista.
Revisão

Conceito de Saúde:

Tradicionalmente, a saúde era vista pelo Modelo Biomédico, focada na ausência de doença e explicada por processos biológicos e fisiopatológicos. O texto critica essa visão por ser reducionista.

A crítica apresentada no texto alinha-se com conceitos mais amplos, como o da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades".

Essa visão mais ampla incorpora os Determinantes Sociais da Saúde (DSS), que são as condições sociais, econômicas, culturais, étnico-raciais, psicológicas e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Incluem fatores como moradia, alimentação, escolaridade, renda, emprego, lazer, acesso a serviços de saúde, entre outros.

O texto também toca na questão da Medicalização, que é o processo pelo qual problemas não médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médicos, geralmente em termos de doenças ou distúrbios.

Habilidade

Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.

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