O debate sobre o conceito de saúde refere-se à importância de minimizar a simplificação que abrange o entendimento do senso comum sobre esse fenômeno. É possível entendê-lo de modo reducionista, tão somente, à luz dos pressupostos biológicos e das associações estatísticas presentes nos estudos epidemiológicos. Os problemas que daí decorrem são: a) o foco centra-se na doença; b) a culpabilização do indivíduo frente à sua própria doença; c) a crença na possibilidade de resolução do problema encerrando-se uma suposta causa, a qual recai no processo de medicalização; d) a naturalização da doença; e) o ceticismo em relação à contribuição de diferentes saberes para auxiliar na compreensão dos fenômenos relacionados à saúde.
BAGRICHEVSKY, M. et al. Considerações teóricas acerca das questões relacionadas à promoção da saúde. In: BAGRICHEVSKY, M.; PALMA, A.; ESTEVÃO, A. (Org.). A saúde em debate na educação física. Blumenau: Edibes, 2003.
O texto apresenta uma reflexão crítica sobre o conceito de saúde, que deve ser entendida mediante
dados estatísticos presentes em estudos epidemiológicos.
pressupostos relacionados à ausência de doenças nos indivíduos.
responsabilização dos indivíduos pela adoção de hábitos saudáveis.
intervenção da medicina nos diferentes processos que acometem a saúde.
compreensão dos fenômenos sociais, políticos e econômicos relacionados à saúde.
Análise da Questão:
A questão pede que interpretemos um texto que apresenta uma crítica a uma visão simplista e reducionista do conceito de saúde. O objetivo é identificar, com base na crítica do texto, qual seria a compreensão mais adequada de saúde.
Passo a Passo da Solução:
Leitura e Compreensão do Texto Base: O texto argumenta que o conceito de saúde é frequentemente simplificado, reduzindo-o a "pressupostos biológicos" e "associações estatísticas" (estudos epidemiológicos). O autor considera essa visão reducionista problemática.
Identificação da Crítica Central: O texto critica a visão reducionista porque ela leva a problemas como: focar apenas na doença (e não na saúde), culpar o indivíduo pela sua doença, acreditar que a solução está apenas na medicalização, naturalizar a doença (torná-la algo comum e esperado) e ignorar a contribuição de outros saberes (além da biologia e estatística) para entender a saúde.
Inferência sobre a Visão Defendida: Se o texto critica uma visão focada apenas no biológico e estatístico, e lamenta o ceticismo em relação a "diferentes saberes", ele implicitamente defende uma visão mais ampla e complexa da saúde, que considere outros fatores além do corpo e da doença.
Análise das Alternativas à Luz da Crítica:
Conclusão: O texto defende uma visão ampliada de saúde, que considere seus múltiplos determinantes. A alternativa E é a que melhor representa essa visão, ao incluir os fenômenos sociais, políticos e econômicos como essenciais para a compreensão da saúde.
Resposta Final:
A alternativa correta é a E, pois o texto critica uma visão puramente biomédica e estatística da saúde, sugerindo a necessidade de uma abordagem mais abrangente que incorpore outros saberes e considere os múltiplos fatores (sociais, políticos, econômicos) que influenciam o processo saúde-doença.
Conceito de Saúde:
Tradicionalmente, a saúde era vista pelo Modelo Biomédico, focada na ausência de doença e explicada por processos biológicos e fisiopatológicos. O texto critica essa visão por ser reducionista.
A crítica apresentada no texto alinha-se com conceitos mais amplos, como o da Organização Mundial da Saúde (OMS), que define saúde como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades".
Essa visão mais ampla incorpora os Determinantes Sociais da Saúde (DSS), que são as condições sociais, econômicas, culturais, étnico-raciais, psicológicas e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Incluem fatores como moradia, alimentação, escolaridade, renda, emprego, lazer, acesso a serviços de saúde, entre outros.
O texto também toca na questão da Medicalização, que é o processo pelo qual problemas não médicos passam a ser definidos e tratados como problemas médicos, geralmente em termos de doenças ou distúrbios.
Reconhecer a necessidade de transformação de hábitos corporais em função das necessidades cinestésicas.