UFN Inverno 2017
O Cortiço narra com efeito a ascensão do taverneiro português João Romão, começando pela exploração de uma escrava fugida que usou como amante e besta de carga, fingindo tê-la alforriado, e que se mata quando ele a vai devolver ao dono, pois, uma vez enriquecido, precisa liquidar os hábitos do passado para assumir as marcas da nova posição. Mas a verdadeira matéria-prima do seu êxito é o cortiço, do qual tira um máximo de lucro sob a forma de aluguéis e venda de gêneros.
(CANDIDO, Antonio. De cortiço a cortiço. In.: Novos Estudos CEBRAP, nº 30, p.111-129, julho de 1991, p.113)
Conforme os seus estudos a respeito da obra O Cortiço, de Aluísio Azevedo, e as palavras de Antonio Candido, é correto afirmar que
Rita Baiana se mata ao perceber que será devolvida para o seu dono.
João Romão possui uma visão de mundo completamente diferente de Miranda.
Bertoleza é retribuída por todo o apoio dado a seu marido.
João Romão e Rita Baiana assumem o mesmo estilo de vida de Miranda e sua família.
Bertoleza possibilita a João Romão o primeiro capital para a construção do cortiço.
Resolução
A resposta correta é a alternativa E, que afirma que Bertoleza possibilita a João Romão o primeiro capital para a construção do cortiço. Em 'O Cortiço', Bertoleza é uma personagem crucial para o início da ascensão de João Romão, pois é com o trabalho e o dinheiro dela que ele inicia seus negócios. Antonio Candido em sua análise destaca como João Romão explora Bertoleza e usa o cortiço como fonte de renda, sem mencionar qualquer retribuição ou mudança de estilo de vida para os personagens mencionados nas outras opções.
Dicas
Foque-se em quem realmente forneceu o suporte inicial para João Romão e em suas motivações.
Considere as relações de poder e exploração presentes no romance.
Pense sobre quais personagens são essenciais para a construção do cortiço e como eles contribuem.
Erros Comuns
Confundir os personagens e suas ações, como atribuir a morte de Bertoleza a Rita Baiana.
O romance 'O Cortiço' de Aluísio Azevedo é um marco da literatura naturalista brasileira, retratando as relações sociais e econômicas no Rio de Janeiro do final do século XIX. A obra explora temas como a exploração dos trabalhadores, a ascensão social por meio de práticas inescrupulosas e a influência do meio no comportamento dos personagens.
