O Cortiço, de Aluísio Azevedo, publicado em 1890, é um dos mais importantes romances da literatura brasileira. Sobre esse marco da estética naturalista, pode-se afirmar o seguinte:
Apresenta uma crítica à burguesia do Rio de Janeiro, a qual, vivendo de futilidades, não se apercebia dos conflitos sociais que se geravam nos núcleos populacionais que, mais tarde, iriam se estabelecer nos morros, criando as favelas.
Através da figura do protagonista, um indivíduo de bom caráter, ex-escravo, critica as desigualdades sociais e o preconceito contra os negros, além de fazer um painel expressivo das camadas sociais mais baixas do Rio de Janeiro.
Apresenta os traços mais marcantes da estética naturalista, quais sejam, o ceticismo, a ironia amarga e a reflexão sobre a tragédia que é o existir, tudo isso a partir da análise dos componentes de uma habitação coletiva, sem condições de higiene.
Escrito sob a convicção de que o meio influencia o homem, o enredo apresenta o português Jerônimo sendo seduzido por Bertoleza, uma moradora do cortiço, com isso dando início ao seu processo de decadência, bem como o de sua família.
Com a crença positivista de que o saber é capaz de redimir o homem, o autor apresenta um grupo social de um bairro do Rio de Janeiro, o qual, mediante a “ordem” imposta pelo proprietário, atinge o “progresso”, ou seja, sobe na escala social.