"O coronelismo não era apenas um obstáculo ao livre exercício dos direitos políticos. Ou melhor, ele impedia a participação política porque antes negava os direitos civis. Nas fazendas, imperava a lei do coronel, criada por ele, executada por ele. Seus trabalhadores e dependentes não eram cidadãos do Estado brasileiro, eram súditos dele" CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil - o longo caminho. 5 ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2004. Pp 56
O trecho de José Murilo de Carvalho expõe que os direitos políticos eram suplantados pelo coronelismo. Esse fenômeno típico da história do Brasil foi predominante na República Oligárquica e permaneceu durante muito tempo como algo comum em algumas regiões do país. Sobre o coronelismo e a República Oligárquica é possível afirmar:
A cidadania da República Oligárquica foi um grande exemplo de extensão dos direitos políticos e civis à toda a população, uma vez que ela estabeleceu a expressão de pluralidade e diversidade político-social.
Os coronéis eram senhores de terras que se autodeterminavam os donos de uma região. Eles ofereciam diversos benefícios à população mais pobre e adquiriam a simpatia de seus afilhados, através das suas ações públicas contra os governadores de cada Estado.
O coronelismo foi um fenômeno típico das áreas urbanas, no qual, através da coação, garantia mão de obra barata para as indústrias.
Durante a República Oligárquica, o coronelismo ocupou um papel de destaque na política, formando a base e a origem de uma complexa rede de relações de poder que vão desde o coronel até o Presidente da República, envolvendo compromissos recíprocos.
Na sociedade rural, dominavam os grandes proprietários, que antes de 1888 eram também os proprietários de escravos. Contudo, os coronéis representaram um novo grupo de homens livres, muitos deles ex-escravos, que lutaram contra essa aristocracia agrária brasileira.