“O controle sobre o processo de trabalho e o trabalhador sempre foi crucial para a capacidade do capital de sustentar a lucratividade e a acumulação de capital. Durante toda a sua história, o capital incentivou, inovou e adotou formas tecnológicas cujo principal objetivo é melhorar seu controle sobre o trabalho, tanto no processo de trabalho quanto no mercado de trabalho. Essa tentativa de controle envolve não só a eficiência física, mas também a autodisciplina dos trabalhadores empregados, a qualidade da mão de obra disponível no mercado, os hábitos culturais e a mentalidade dos trabalhadores em relação às tarefas que se espera que realizem e os salários que esperam receber”.
HARVEY, David. 17 contradições e o fi m do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2016. p. 102.
Podemos afirmar CORRETAMENTE, em relação ao controle sobre o trabalho e o trabalhador:
os rigorosos e intensos controles sobre o trabalhador ocorrem de forma padronizada seguindo um padrão do capitalismo e seus gestores.
o controle sobre o trabalho e o trabalhador decorre das concepções variadas de gestão segundo os critérios de cada empresa e seus gestores, mas sem se distanciar de certos padrões gerais do capitalismo, principalmente nas grandes empresas.
os princípios e tendências amplas de organização social do trabalho, onde o controle é parte estrutural desses mecanismos, têm sido flexibilizados sob a ótica da tecnologia, o que amplia a qualidade da mão de obra, os direitos dos trabalhadores.
o controle sobre o trabalho e o trabalhador tem se tornado secundário no mundo do trabalho em que a tecnologia é fundamental.
a lucratividade do capital, que historicamente foi ligada ao controle sobre o trabalho, perde sua importância na medida em que o trabalho flexível avança.