O contrato de trabalho na fazenda de café paulista consistia no pagamento anual de uma certa quantia por cada mil pés de café cuidados [...]. O colono ainda recebia uma quantia estipulada por alqueire (medida) de café colhido. [...] O que tinha uma importância extraordinária no sistema de trabalho nas fazendas paulistas era, entretanto, a possibilidade de plantar produtos de subsistência entre os cafeeiros e a obtenção de um pedaço de terra com essa finalidade, além de um pasto para alguns animais.
(Maria Tereza Schorer Petrone. “Imigração”. In: História geral da civilização brasileira: O Brasil republicano, tomo III, vol. 2, 1990.)
O estímulo à contratação de trabalhadores estrangeiros pelas fazendas paulistas, no contexto de abolição da escravidão no final do século XIX, implicou
a estagnação relativa da economia de exportação e o predomínio gradual da industrialização sustentada pela formação do mercado consumidor interno.
a permanência da exploração compulsória do trabalho nos moldes coloniais e o fracasso da política de transferência de agricultores estrangeiros para o Brasil.
a ampliação da base monetária da economia do país e a manutenção do ritmo da atividade agroexportadora com a expressiva oferta de mão de obra.
a pacificação das relações de trabalho nos latifúndios paulistas e a dependência política do grande proprietário em relação aos eleitores rurais.
a assinatura de acordos do estado de São Paulo com os países de origem da mão de obra e a pronta aceitação da nacionalidade brasileira pelos recém-chegados.