O Brasil vivia, de fato, uma situação única na sua história naquele momento. O derradeiro ministério do governo imperial havia sido deposto pelas armas do marechal Deodoro, mas a República ainda não estava proclamada. Àquela altura, portanto, o regime não era monárquico nem republicano. O Parlamento, por sua vez, estava em recesso. [...] Para todos os efeitos, o chefe supremo da nação era o imperador, mas na prática já não tinha poder algum porque nada poderia fazer sem consultar Deodoro, o homem forte daquele dia.
(GOMES, 2013, p. 279).
Os momentos de indecisão e de imprecisão política, relatados no texto, e os conhecimentos sobre a proclamação da República no Brasil permitem afirmar:
A proclamação da república produziu profundas alterações no contexto social do país, com a introdução da política imigratória de povos asiáticos para o trabalho nas fazendas de café.
A República Velha registrou a ocorrência de grandes tensões políticas, resultantes da imprecisão do sistema legislativo quanto ao funcionamento dessa forma de governo.
Uma profunda reforma partidária marcou a organização da vida republicana, apesar de os partidos do Império terem sido incorporados ao novo sistema.
A nova forma de governo foi insuficiente para derrubar os fundamentos econômicos e políticos herdados do Império, a exemplo da economia agrária e do poder da classe latifundiária.
A resistência das oligarquias estaduais ameaçou a unidade nacional durante a República Velha, a exemplo do que ocorrera com os movimentos sociais do período colonial.