O Brasil não tem sorte com seus centenários. O primeiro, em 1922, teve de conviver com os restos da devastação causada pela gripe espanhola, chegada ao país em 1918. O ano foi ainda marcado pela primeira revolta tenentista e pela decretação do estado de sítio. O segundo centenário, a ocorrer neste ano, virá na cauda de outra pandemia. As mudanças nesses 200 anos foram enormes. No entanto, os analistas que se encarregaram do tema de nossa trajetória reconhecem que há mais continuidades do que rupturas.
José Murilo de Carvalho. 200 anos de Brasil: pouco a celebrar, muito a questionar. In: O Estado de S. Paulo, 1.º/1/2022, p. D20 (com adaptações).
Com relação à Revolução Liberal do Porto, ocorrida em 1820, ao Dia do Fico e à Independência do Brasil, assinale a opção correta.
A Revolução do Porto, liberal para a metrópole, combatia o absolutismo e defendia a monarquia constitucional; para o Brasil, propunha a volta do status colonial, pondo fim ao Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.
O príncipe regente D. Pedro, pressionado pelas elites brasileiras e pelas cortes de Lisboa, recusou-se a tomar a decisão de retornar a Portugal, conforme exigência das cortes, ou de permanecer no Brasil, como requeriam as elites locais.
No contexto da Independência, havia consenso entre as elites e províncias brasileiras quanto ao modelo de Estado a ser adotado: líderes como José Bonifácio e Gonçalves Ledo, por exemplo, defendiam o regime republicano.
A Independência foi obtida de forma pacífica, sem resistência portuguesa, sem luta e derramamento de sangue, cenário que se repetiu ao longo do Primeiro Reinado e do período regencial.