FDV 2015/1

O Baile da Ilha Fiscal

“À noite, depois dum breve jantar com Clara, quando lhe contou o que ouvira no Clube Militar, Broterinho dirigiu-se ao cais Pharoux, donde partiram barcas de Niterói para a ilha. Foi fácil misturar-se aos convidados, alguns já segurando os belos convites para o baile. Durante a viagem pela baía de Guanabara o jornalista constatou surpreso, que alguns republicanos participariam da festa da Monarquia, sem falar dum número ainda maior de membros do Partido Liberal. [...] Uma hora depois da chegada do Imperador foi feita solenemente a apresentação do novo ministério, presidido por Afonso Celso de Assis Figueiredo, o Visconde de Ouro Preto. Aparentemente o arrogante visconde estava preocupado em dar uma feição democrática ao Império, mas o povo lembrava-se muito bem do homem que havia aumentado intoleravelmente o preço da passagem de transporte coletivo no Rio de Janeiro, provocando uma revolta popular de grandes proporções no final de 1879. Tanto que apelidara Ouro Preto de “Afonso Vintém”.

(REY, Marcos. Proclamação da República. São Paulo: Ática, 1995, p.9. Col. O Cotidiano da História.)

Um fato irônico, até hoje não confirmado, ocorreu logo após a chegada da família real, às 10 horas da noite: conta-se que D. Pedro II, ao entrar no salão do baile, desequilibrou-se e levou um tombo. Foi amparado por dois jornalistas. Ao recompor-se, exclamou: O monarca escorregou, mas a monarquia não caiu!

O evento acima descrito, conhecido como o último baile da monarquia pode ser interpretado como: Assinale a alternativa CORRETA: