Numa obra clássica, O segundo sexo, publicada em 1949, Simone de Beauvoir fez uma observação fundamental: as mulheres não tinham história, não podendo, consequentemente, orgulharem-se de si próprias [...] Beauvoir sabia que o território do historiador manteve-se, durante muito tempo, exclusividade de um só sexo. Paisagem marcada por espaços onde os homens exerciam seu poder e seus conflitos, empurrando para fora destes limites os lugares femininos.
(PRIORE, Mary Del. Historia das mulheres: as vozes do silêncio. In: FREITAS, Marcos Cezar de (Org.). Historiografia brasileira em perspectiva. 3. ed. São Paulo: Contexto, 2000. p. 217).
A diferença entre mulheres e homens é histórica e cultural e a realidade do país, segundo o censo de 2010, indicou isso. Sabe-se que nem a legislação brasileira nem a História afirmam a diferenciação pelo sexo ou gênero, porém, apesar disso:
Existem empregos no Brasil destinados às mulheres e outros aos homens.
Mesmo quando a qualificação é a mesma, as mulheres têm salário menor.
Mulheres no Brasil têm menos acesso ao estudo do que os homens.
O país impõe ao homem a condição do sustento da casa.