UENP 2016/1

Nova reforma?

 

Mal se implantam as regras do recente acordo ortográfico entre países lusófonos e já surge um movimento para fazer outra reforma, que simplificaria a ortografia. Ela seria mais uniforme (por exemplo, prescreve escrita uniforme para o fonema /s/, que sempre seria grafado com a letra ‘s’, o que resultaria em escritas como ‘sesta’ para as atuais ‘sexta’ / ‘cesta’ / ‘sesta’); e seriam eliminadas algumas “contradições” (‘estender’ e ‘extensão’, por exemplo).

Ora, qualquer análise da escrita popular e da produzida nos primeiros anos de escola mostra que os erros de grafia se dividem em diversos tipos: a) erros como escrever ‘casa’ e ‘exemplo’ com ‘z’, ‘caça’ com ‘ss’, ‘jeito’ com ‘g’ etc.; b) erros ligados à pronúncia variável (‘mininu’ (= menino), ‘curuja’ (= coruja), ‘anzou’ (= anzol), sem contar a famosa troca entre ‘mal’ e ‘mau’); c) juntar palavras separadas (‘serhumano’, com ou sem ‘h’) e separar palavras (‘ante posto’); d) acrescentar (‘apito’ = apto) ou tirar (‘habto’ = hábito) letras; e) eliminar ditongos (‘vassora’, ‘otro’, ‘pexe’) ou criá-los (‘professoura’, ‘bandeija’) etc.

Ou seja: uniformizar a grafia com base em análise fonológica não resolve o problema que se pretende resolver, porque se parte de duas hipóteses sem nenhum fundamento: a) que todos os falantes adotam a mesma pronúncia; b) que o único problema é a relação letra/fonema. Ora, como os poucos exemplos mostram, os problemas são mais numerosos e nenhuma reforma pode resolvê-los. Se projetos de reforma como o que tramita em Comissão do Senado forem levados adiante, pouquíssimos problemas de escrita que se encontram na escola e nas ruas serão solucionados. Simplesmente porque suas principais causas – a diversidade de pronúncias e as hipóteses dos escreventes – não podem ser controladas por lei.

Se a solução é óbvia, os caminhos para chegar a ela são conhecidos dos especialistas. Mas, infelizmente, são completamente desconhecidos não só pela “sociedade”, mas mesmo por representantes das letras de alto gabarito.

 

(Adaptado de: POSSENTI, S. O verdadeiro problema ortográfico. Ciência Hoje Virtual. 25 jul. 2014. Coluna Palavreado. Disponível em: <http://cienciahoje.uol.com.br/colunas/palavreado/o-verdadeiro-problema-ortografico>. Acesso em: 28 set. 2015.)

A contradição existente na escrita das palavras “estender” e “extensão”, e citada no primeiro parágrafo do texto, justifica-se pelo fato de as palavras

a

aceitarem ora uma ortografia, ora outra.

b

apresentarem significados antagônicos, mas com ortografias semelhantes.

c

deixarem dúvidas quanto à escrita ortograficamente correta.

d

serem classificadas, respectivamente, como verbo e substantivo.

e

fazerem parte do mesmo grupo semântico, mas com grafias divergentes.

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E
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