UEG 2014/1

Nova elite caipira

 

No título do famoso filme Tropa de elite, o termo “elite” referia-se ao grupo de policiais especialmente treinados para operações muito complicadas. A “elite” que era a tropa tinha um significado de especialização, superioridade, hierarquia, entendidas tecnicamente. Na contramão, quem utiliza o termo em outros contextos refere-se, em geral, a: “donos do poder”, “classe dominante”, “oligarquia”, “dominação política”, “dominação econômica”, “classe dirigente”, “minoria privilegiada”. “Elite” é termo usado para designar as vantagens petrificadas de “ricos” e “poderosos” que comandam massas.

 

  Usado em oposição a povo, à democracia, à cultura popular, o termo é empregado para designar grupos econômica, cultural e politicamente dominantes. Seu uso atual, no entanto, erra o alvo em relação à cultura, desde que vivemos uma curiosa inversão cultural.

 

 Há dois tipos de caipira. Um que era o oposto da elite, como o simpático Jeca Tatu, e outro, que é a própria nova elite, o cantor da dupla sertaneja que, depois de um banho fashion, fica pronto para o ataque às massas, mesmo que seu estilo continue sendo o do chamado “jeca”. Refiro-me ao “caipira” ou “jeca” como figura genérica, mas poderia também falar da moça cantando seu axé music, seu funk, que, de repente, não é uma “artista do povo”, como quer fazer parecer a indústria que a sustenta, mas é a rica e poderosa estrela – e objeto – da indústria cultural.

 

  Sem arriscar um julgamento quanto à qualidade estética dos produtos do mercado, é possível, no entanto, questionar sua qualidade cultural e política. Muitos defendem que “é disso que o povo gosta”, enquanto outros dirão que o povo experimenta uma baixa valorização de si ao aceitar o que lhe trazem os ricos e poderosos sem que condições de escolha livre tenham sido dadas, o que surgiria de uma educação consistente – e inexistente em nosso contexto. A injeção diária de morfina estética que o povo recebe não permite saber se o “gosto” é autóctone ou externamente produzido.

 

  De qualquer modo, no mundo da nova elite, a regra é a adulação das massas. Qualquer denúncia ou manifestação de desgosto em relação ao que se oferece a elas é sumariamente constrangida.

 

TIBURI, Marcia. Nova elite caipira. Revista Cult, São Paulo, n. 181, p. 51, jul. 2013. (Adaptado).

Ao utilizar as expressões “fashion”, “axé music”, “funk” e “podium”, a autora adota, em relação ao uso da língua portuguesa, uma postura

a

purista em relação ao vocabulário, pois usa muitos arcaísmos e evita estrangeirismos.

b

contraditória, porque desrespeita a língua padrão e fere as convenções sociais de uso da língua.

c

imperialista, pois utiliza termos de origem norte-americana em detrimento das formas aportuguesadas.

d

aberta à inovação no uso do idioma, já que incorpora estrangeirismos em seu texto.

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D
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