No sentido comum, a anarquia sempre foi o caos, a desordem. A palavra transformou-se em sinônimo de bagunça e os cronistas e historiadores de hoje jamais lograram repor o significado veraz de um passado glorioso e, no mínimo, construtivo. Por paradoxal que pareça, anarquia não é bagunça, muito menos desordem. Mas não é com apenas uma pequena dose de purgante que se limpam dois séculos de distorções acumuladas na cabeça dos homens e alimentadas dia a dia. [...]
Os anarquistas criticaram em primeiro lugar a democracia burguesa que criou e garantiu a existência permanente de uma aristocracia governamental, nunca deixaram de denunciar o sufrágio universal [...] Rejeitaram categoricamente a participação política e boicotaram as urnas. Afirmaram fundamentalmente, e aqui vai uma conceituação-chave para entendê-los, que a prioridade na luta de classes estaria no campo econômico e não rejeitaram a política mas sim a política burguesa. Profetizaram o fracasso do comunismo de Estado e denunciaram o autoritarismo presente em Marx quando o combateram dentro de sua organização, a Primeira Internacional, e levaram a melhor.
Caio Túlio Costa. O que é anarquismo. São Paulo: Brasiliense, 1981. (Col. Primeiros Passos.)
Com base no texto e no ideário anarquista, é correto afirmar que
desde o início os anarquistas são vistos como conciliadores entre os ideais capitalistas e comunistas.
o anarquismo apoia a política econômica estatal, pois prioriza o bem-estar comum.
as ideias marxistas despontam como norteadoras para os ideais anarquistas fundamentados na democracia.
os anarquistas combatem a ditadura do proletariado e abominam o Estado.
ao longo da história, a concepção de anarquismo é clara, tanto para a população leiga como para os historiadores, abominando a ideia de caos.