No século XIX, na Europa, desenvolveram-se estudos que, reivindicando bases científicas, valorizavam a raça branca, considerada superior a todas as demais. Essas teorias concebiam uma Nação em termos biológicos e valorizavam a homogeneidade racial. "A mistura de raças heterogêneas era sempre um erro e levava à degeneração não só do indivíduo como de toda a coletividade."
(SCHWARCZ, Lilia Moritz. Espetáculo da miscigenação. Estudos avançados, v. 8, n. 20, abr. 1994. Disponível em: . Acesso em: abr. 2009.)
Frente a essas concepções, a constatação de que o Brasil era uma nação mestiça gerou dilemas para os intelectuais brasileiros no século XIX. Na tentativa de resolver esses dilemas, alguns intelectuais da época
defenderam o progressivo branqueamento da população, como resultado da miscigenação e da imigração europeia.
rejeitaram as ideias europeias, as quais apoiavam a constituição de sociedades puras e homogeneizadas e condenavam as sociedades racialmente híbridas.
sustentaram a igual capacidade civilizatória de todos os grupos étnicos, combatendo a afirmação da existência de uma ―raça degenerada‖.
ampliaram as concepções europeias, ao propor que a miscigenação racial favorecia as trocas culturais, fazendo mais rica a cultura nacional.