Texto CG2A1-II
Nos países desenvolvidos, as pessoas tendem a um individualismo exacerbado, o que acarreta, consequentemente, uma competitividade cada vez maior — isso pode ser constatado nos postos de trabalho e no meio universitário. Essa visão de mundo traz consigo o isolamento e a deterioração das relações sociais. A lenta desintegração da vida em comunidade e a necessidade de autoafirmação estão acontecendo, paradoxalmente, num momento em que as pressões econômico-sociais estão a exigir maior cooperação e envolvimento entre os indivíduos.
Além dessa situação que reflete um mal-estar social, há indicadores de um crescente desconforto emocional, sobretudo entre as crianças. Parece-me que a infância — um período crucial para a formação do adulto —, neste mundo em que estamos vivendo, deva merecer uma atenção maior daqueles que são os principais responsáveis pelas crianças: pais e professores.
Os pais, em nossos dias, exercem sua paternidade sob tensões e pressões de ordem econômica que não existiam na época de nossos avós. O que eu proponho é que esses pais dediquem o tempo que lhes sobra para ajudar seus filhos a dominar as habilidades humanas necessárias não só para lidar com as próprias emoções, como também para o estabelecimento de relações humanas verdadeiramente significativas.
Aos professores, sugiro que considerem também a possibilidade de ensinar às crianças o alfabeto emocional, aptidão básica do coração. Tal como hoje ocorre nos Estados Unidos, o ensino brasileiro poderá se beneficiar com a introdução, no currículo escolar, de uma programação de aprendizagem que, além das disciplinas tradicionais, inclua ensinamentos para uma aptidão pessoal fundamental — a alfabetização emocional.
Daniel Goleman. Inteligência emocional. Tradução Marcos Santarrita.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2011 (com adaptações).
No que concerne à colocação e ao emprego dos pronomes no texto CG2A1-II, assinale a opção correta.
Em “Parece-me” (segundo período do segundo parágrafo), a ênclise é opcional, de modo que o emprego da próclise, no contexto sintático em questão, também seria correto — Me parece.
O termo “daqueles” ( segundo período do segundo parágrafo) retoma “indicadores” (primeiro período do segundo parágrafo).
A substituição de “lhes” em “que lhes sobra” (segundo período do terceiro parágrafo) pelo pronome oblíquo os manteria a correção gramatical do texto.
No segundo período do primeiro parágrafo, o pronome “consigo” é empregado em referência a “essa visão de mundo”.