No processo de independência da América espanhola, liberdade não era um conceito entendido de forma única. Para um representante da classe dominante venezuelana, Simón Bolívar, liberdade era sinônimo de rompimento com a Espanha. Mas, principalmente, nações livres para comerciar com todos os países e livres para produzir. Já para Dessalines, o líder da revolução escrava do Haiti, que alcançou a independência da França em 1804, a liberdade, antes que tudo, queria dizer o fim da escravidão, mas também carregava um conteúdo radical de ódio aos opressores franceses. Para outros dominados e oprimidos como os índios mexicanos, a liberdade passava distante da Espanha e muito próxima da questão da terra.
(Maria Lígia Prado. A formação das nações latino-americanas, 1987. Adaptado.)
Com base no texto, pode-se concluir sobre o processo de emancipação política das colônias na América que
os ideais de liberdade econômica prevaleceram entre os escravos e os indígenas que participaram das lutas.
o caráter popular esteve ausente dos movimentos de independência, dirigidos pelos grupos sociais dominantes.
os criollos desejavam destruir a velha ordem colonial por meio da extinção da escravidão e da divisão de terras.
o projeto de independência era homogêneo e liderado pelos criollos, defensores da liberdade econômica, social e política.
o ideal de liberdade variou segundo a perspectiva e os interesses dos diversos segmentos sociais.