Conselho Regional de Farmácia de Santa Catarina 2023

Texto para as questões de 1 a 13.

1\(\qquad\) A indústria farmacêutica no Brasil desenvolveu-se mais tardiamente que a dos países europeus. Visando

diminuir esse atraso, o Estado brasileiro passou a incentivar e a fornecer recursos para os primeiros laboratórios

farmacêuticos nacionais. O Estado também contribuiu para a formação dos primeiros cientistas brasileiros, que se

4 tornariam posteriormente responsáveis pelo desenvolvimento de planos de saúde pública, produção de soros,

vacinas e medicamentos.

Até o final dos anos 1930, a produção farmacêutica nacional limitava-se à manipulação de substâncias de

7 origem animal e vegetal e era dependente de insumos advindos de outros países. A partir das décadas de 1940 e

1950, o setor farmacêutico no Brasil sofreu uma profunda mudança. A adoção de medidas e planos

desenvolvimentistas abriu as portas do setor às empresas estrangeiras, que, dotadas de maior know-how e de

10 recursos financeiros, foram responsáveis pela eliminação de boa parte da concorrência dos laboratórios nacionais.

Na década de 1960, como consequência dos planos desenvolvimentistas, a indústria farmacêutica nacional

contava com aproximadamente 600 empresas, entre distribuidoras, importadoras e laboratórios. Entretanto, sua

13 atuação estava limitada à importação de tecnologias e mão de obra estrangeira, executando no Brasil as etapas

mais simples do processo produtivo, como formulação final e comercialização. Com isso, a indústria farmacêutica

nacional foi se constituindo a partir de uma base frágil, de conhecimento técnico limitado e de dependência externa,

16 o que não permitia que as empresas nacionais acompanhassem a evolução dos grandes laboratórios mundiais.

Dessa forma, nossa indústria especializou-se na cópia de medicamentos de marca estrangeira.

Com a abertura comercial e a estabilização econômica ao final da década de 1990, a indústria farmacêutica

19 brasileira experimentou mudanças específicas, com destaque para a publicação da Lei de Propriedade Industrial

(1996) e da Política Nacional de Medicamentos (1998), que propuseram a inserção do medicamento genérico, a

atualização permanente da farmacopeia brasileira e da relação nacional de medicamentos essenciais (RENAME),

22 além da ampliação do parque industrial farmacêutico brasileiro. Além disso, as exigências de testes de

bioequivalência e biodisponibilidade, bem como de certificações de qualidade na produção induziram as empresas

farmacêuticas nacionais a procurar modernizar seus parques produtivos e a investir em qualidade.

25 Atualmente, a indústria farmacêutica brasileira é composta por divisões de empresas multinacionais, focadas

nas etapas de menor valor agregado, por empresas nacionais pouco capitalizadas e com pouca capacidade de

inovação, e por um pequeno grupo de empresas de biotecnologia. Contudo, as empresas nacionais têm

28 demonstrado um crescimento significativo, aumentando os investimentos em pesquisa e desenvolvimento,

inclusive nas áreas de medicamentos biotecnológicos, biossimilares e fitoterápicos.

Internet: <https://mooc.campusvirtual.fiocruz.br> (com adaptações).

No primeiro período do texto, o segmento “que a dos países europeus” expressa, em relação à oração anterior, circunstância de