No juízo de alguns, a teoria das quatro causas em Aristóteles estaria já em sua origem comprometida por uma séria confusão. Se faz sentido falar em quatro causas, é porque as quatro, não obstante suas diferenças recíprocas, podem ser contadas sob um mesmo conceito-chave, ou seja, é porque, não obstante o fato de serem tipos diferentes de causas, partilham certas características comuns que as fazem ser, de todo modo, causas. Essa exigência, que é por si mesma sensata, também condiz com a filosofia de Aristóteles. Para poder contar objetos, isto é, para poder aplicar-lhes os predicados numéricos “um”, “dois”, “três” etc., temos de tomar os objetos como pertencentes a uma mesma família homogênea: os objetos contados têm de possuir ao menos uma propriedade comum que os tornam suscetíveis de serem contados numa mesma enumeração. Hierarquia das causas. [...]
(Anais de Filosofia Clássica, vol. V nº 10, 2011. ISSN 1982-5323. Angioni, Lucas. As quatro causas na filosofia da natureza de Aristóteles.)
Um aspecto fundamental dessa teoria da causalidade consiste no fato de que as quatro causas não possuem o mesmo valor, nessa hierarquia, segundo Aristóteles, existe a causa menos valiosa ou menos importante e a causa mais valiosa ou mais importante. Trata-se, respectivamente:
Da causa final e da causa material.
Da causa eficiente e da causa final.
Da causa formal e da causa eficiente.
Da causa material e da causa formal.