O tema negro não é único ou obrigatório, nem se
transforma em uma camisa de força para o autor
afro-descendente, o que redundaria em visível
empobrecimento. Por outro lado, nada obriga que a matéria
ou o assunto negro estejam ausentes da escrita dos brancos,
atraídos desde cedo pela busca do exótico e da cor local. Nas
primeiras décadas do Modernismo, auge da moda
primitivista e negrista na literatura e nas artes de vanguarda,
ocorrem inúmeras apropriações, incorporadas a textos hoje
clássicos, apesar da advertência de Oswald de Andrade
contra a “macumba para turistas”. Por isto mesmo, é preciso
enfatizar que a adoção da temática afro não deve ser
considerada isoladamente e, sim, em sua interação com
outros fatores, como autoria e ponto de vista.
Eduardo de Assis Duarte. Literatura afro-brasileira: um conceito em
construção. In: Estudos de literatura brasileira contemporânea, n.o 31,
2008, p. 14 (com adaptações).
Considerando o texto acima e os diversos aspectos relacionados à literatura afro-brasileira, julgue os itens de 104 a 108.
No final do século XIX, obras como O bom crioulo e O cortiço, identificadas pela historiografia como naturalistas, trouxeram não só aquilo que o autor do texto chama de tema negro, mas também a autoria e o ponto de vista afro-descendentes.
Certo
Errado