No diálogo Hípias Maior, de Platão, Sócrates declara: “Recentemente, alguém me pôs em grande apuro, numa discussão em que eu rejeitava determinadas coisas como feias e elogiava outras por serem belas, havendo me perguntado em tom sarcástico, o interlocutor: qual é o critério, Sócrates, para reconheceres o que é belo e o que é feio? Vejamos, poderás dizer-me o que seja o belo?”.
Considerando a passagem acima e a obra de que foi extraída, é correto afirmar que, de acordo com Sócrates:
só é possível dizer o que é o belo depois de se ter identificado determinadas coisas como belas.
a dificuldade se coloca para os juízos sobre a beleza, mas não para os juízos de verdade, tais como “isto é uma mesa”.
para identificar algo como belo, é preciso antes conhecer o que é o belo.
o critério para distinguir entre o belo e o feio varia segundo as pessoas.
não há distinção entre o belo e as coisas belas.
Para resolver essa questão, é importante compreender o propósito do diálogo Hípias Maior de Platão e o enfoque que Sócrates dá ao problema da essência do belo. No trecho apresentado, Sócrates é questionado sobre o critério que utiliza para chamar algo de “belo” ou “feio”. Ele esclarece que antes de julgar que “X é belo”, é necessário compreender de modo universal o que realmente caracteriza ou define a beleza em si. Em outras palavras, você só pode reconhecer algo como belo caso conheça a definição adequada de “belo”.
Essa posição filosófica está diretamente ligada à busca socrática por definições universais e ao método de indagação filosófica: se você não sabe em que consiste o belo, não pode afirmar propriamente que algo é belo. Essa postura refuta a ideia do “belo” como mero gosto pessoal ou como algo subjetivo. Por isso, a alternativa correta é aquela que expressa a necessidade de conhecer o conceito ou essência do belo para poder aplicá-lo a exemplos específicos.
Diálogo de Platão – Hípias Maior: No diálogo, Sócrates provoca reflexões sobre a definição de “belo”, questionando se as coisas que chamamos de belas o são por alguma essência universal ou por mera opinião subjetiva.
Socratismo: A posição filosófica de Sócrates baseia-se em perguntas e no esclarecimento de conceitos. Antes de aplicar uma ideia, é preciso defini-la universalmente: “o que é o belo?”, “o que é a justiça?”, “o que é a virtude?”.
Essência (Forma) e Exemplos: Em Platão, a Forma (Ideia) seria a essência universal que fundamenta as características que reconhecemos nos objetos (por exemplo, a Ideia de Belo), e as coisas são belas porque participam ou refletem essa essência.