No conto Passeio noturno parte II (1975), de Rubem Fonseca, o protagonista utiliza o seu carro, um Jaguar preto, como arma. Observe os excertos a seguir.
Evocê não é lá essas grandes coisas. O teu carro é melhor do que você, disse Ângela. Um completa o outro, eu disse. Ela saltou. Foi andando pela calçada, lentamente, fácil demais, mas eu tinha que ir logo para a casa, já estava ficando tarde. Apaguei as luzes e acelerei o carro. Tinha que bater e passar por cima. [...]. Bati em Ângela com o lado esquerdo do para-lama, [...], e passei, primeiro, com a roda da frente - [...] - e logo atropelei com a roda traseira, [...].
A partir das passagens destacadas, assinale a alternativa correta.
A complementaridade carro-homem revela o entusiasmo diante dos avanços tecnológicos, o que é próprio da ficção científica.
A aproximação humano-máquina indica o encantamento pelo novo, o que é frequente no denominado Modernismo.
A complementaridade homem-máquina aponta para a desumanização do personagem, traço característico da prosa brutalista de Rubem Fonseca.
A estreita relação protagonista-veículo pode ser vista como uma crítica ao consumismo, já que o personagem só se sente um homem completo dentro do carro.
A complementaridade homem-máquina pode ser entendida como uma crítica à falta de empatia entre as pessoas, traço característico da literatura do século XXI.