No capitalismo avançado, objetos úteis que poderiam perfeitamente ser usados por muito tempo, se não fossem programados material ou “culturalmente” para durarem pouco e serem rapidamente trocados (de geladeiras a mobílias, do vestuário à webcam, do celular à sacola de plástico), levam a enormes custos materiais, energéticos e humanos. Além disso, bugigangas com utilidade altamente duvidosa são produzidas aos milhões.
Uma verdadeira ecologia da produção pressupõe, hoje, exatamente o oposto: deter a produção em massa desse tipo; parar com os ritmos frenéticos de trabalho sem sentido e eliminar a produção de mercadorias inúteis e mortíferas que só servem à manutenção de um sistema, em última análise, destrutivo. Produzir, então, segundo a utilidade social, em ritmos conscientes, determinados pelas necessidades humanas.
(Adaptado de: CUNHA, Daniel. “Y€$! Nós somos verdes!” Revista Sinal de Menos, nº 2, julho de 2009 www.sinaldemenos.org – Acesso em 30.10.2009.)
Segundo as ideias principais do texto, é válido afirmar que
objetos atuais, como celulares e webcams, deveriam ser fabricados em massa para minimizar os custos socioambientais.
uma produção econômica e ecológica é, no fundo, quase impossível, pois qualquer tipo de produção fabricará produtos para durarem pouco.
uma produção ecológica sustentável e mais humana requer um modelo de produção e consumo, realizado segundo objetivos que não visem apenas ao lucro.
em geral os produtos fabricados servem muito pouco à manutenção do sistema capitalista mundial, pois são feitos para a degradação da natureza e dos homens.
alguns dos produtos feitos segundo a lógica capitalista provocam pequenos gastos socioambientais, pois são produzidos com pouca matéria-prima e baixos salários.