Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler, entre outros, sonharam com a pan-Europa que, com a inclusão de mais dez países, se tornou uma realidade irreversível. Os antecedentes da União Europeia são assim, alguns mais respeitáveis do que outros. Durante muito tempo depois da tentativa de Carlos Magno de substituir o império romano pelo seu, uma identidade europeia se definia mais pelo que não era do que pelo que era: cristã e não muçulmana, civilizada em vez de bárbara (e, portanto, com o direito de subjugar e europeizar os bárbaros − isto é, o resto do mundo).
(Luis Fernando Verissimo. O mundo é bárbaro. Rio de Janeiro: Objetiva, 2008)
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
(Oswald de Andrade. O santeiro do mangue e outros poemas. São Paulo: Globo, 1991. p. 95)
Explica a ironia feita pelo autor do poema e identifica a ideia da identidade europeia, referida no texto de Luis Fernando Veríssimo, o que se afirma em:
O domínio e catequização dos índios, no século XVI, deveu-se à preocupação dos portugueses com os habitantes da nova terra.
Os portugueses foram os primeiros a reconhecer, entre outras coisas, os costumes, crenças e tradições dos indígenas brasileiros.
A nudez e os valores dos índios, cuja cultura refletia uma relação com a natureza, foram compreendidos pelos conquistadores portugueses.
Os primeiros contatos dos portugueses com os índios para assegurar a posse das terras pelo reino luso foram pacíficos e amistosos.
O contato entre portugueses e indígenas em 1500 foi marcado pela imposição de hábitos europeus sobre o modo de vida dos nativos.