Não se sabe exatamente a origem do turbante, que pode ter surgido no Oriente ou na África. Persas, anatólios, lídios, árabes, argelinos, judeus, tunisianos aparecem com turbantes, utilizados de várias maneiras, bem antes da era cristã. Na Índia, o turbante também foi amplamente usado através dos séculos. O interessante é que, entre os povos antigos, o adereço era predominantemente exibido por homens.
Os significados eram muitos: podiam indicar a origem, tribo ou casta da pessoa, identificar a religião (como o Ojá africano) ou a posição social. O comércio tratou de estabelecer as relações entre Oriente e Ocidente, facilitando as trocas de costumes e culturas. A Europa também aderiu ao turbante, inicialmente entre marinheiros e navegadores. Mas, há referências ao uso de turbantes como item de moda pelas mulheres francesas já no século XVIII. Feito com grande quantidade de tecidos leves, o turbante foi sucesso até meados do século XIX.
No Brasil, o adereço chegou pelas mãos dos africanos que eram trazidos como escravos. As mucamas usavam saias, blusas leves e soltas, panos e xales nas costas e turbantes nas cabeças. O chapéu de feltro escuro e de abas largas também era comum. Os tecidos podiam ser coloridos, e algumas andavam de chinelas. Os cabelos eram muito curtos ou raspados.
Disponível em: <http://historiahoje.com/turbantes-moda-e-racismo>. Acesso em: mar. 2017. Adaptado.
A indumentária utilizada pelos africanos escravizados pode ser considerada um indicativo de que
a unidade linguística, cultural e comportamental caracterizou os escravos que foram trazidos para o Brasil.
a resistência indígena e a falta de aptidão do nativo para a produção econômica determinou a utilização da mão de obra escrava africana.
a elite colonial ornava as mucamas com joias como símbolo de prestígio social, de poder e de riqueza da aristocracia rural.
a escravidão no Brasil foi bem mais amena do que na região de colonização inglesa, possibilitando um processo de ascensão social dos negros africanos.
a democracia racial que caracteriza a sociedade brasileira atual foi estabelecida a partir das relações de cordialidade existentes entre os senhores e seus escravos.