(...) não havia família de dinheiro, enriquecida pela setentrional borracha ou pela charqueada do sul, que não reputasse um compromisso de honra com a posteridade doméstica mandar dentre seus jovens um, dois, três representantes abeberar-se à fonte espiritual do Ateneu.
(Raul Pompéia. O Ateneu. Apud DACANAL, José Hildebrando. Romances brasileiros I. Alegre: Novo Século, 2000. p. 158)
Os cuidados com a formação física e espiritual dos jovens figuraram como prioridade na história da sociedade ateniense, na Grécia Antiga. Sobre essa formação é correto destacar
a hegemonia dos professores sofistas e dos teólogos, contratados pelo Estado por meio de concursos públicos, o que significou a preponderância do estudo da filosofia sobre outras áreas, e o controle do governo sobre a educação.
o acesso irrestrito à educação pública e democrática por parte de todos os jovens gregos, incluindo-se os metecos, com o objetivo de se formar cidadãos que dominassem a retórica, a oratória, fossem politicamente participativos e completos.
a atenção com o corpo por meio da ginástica, integrada a um ensino que se pretendia universalista, abrangendo diversas modalidades do conhecimento a serem dominadas e que, em seu conjunto, configuravam a chamada Paidéia.
a prevalência do ensino particular e individualizado durante toda a vida escolar do aluno, cuja responsabilidade cabia a um sacerdote, chamado de pedagogo, que assumia o papel de tutor e era remunerado pela família.
a separação de salas de aulas de meninos e meninas que, no entanto, tinham o mesmo acesso ao conhecimento e o direito de optarem, no ensino superior, por uma especialização técnica, nos Liceus, ou humanista, nas Academias.