(...) não havia família de dinheiro, enriquecida pela setentrional borracha ou pela charqueada do sul, que não reputasse um compromisso de honra com a posteridade doméstica mandar dentre seus jovens um, dois, três representantes abeberar-se à fonte espiritual do Ateneu.
(Raul Pompéia. O Ateneu. Apud DACANAL, José Hildebrando. Romances brasileiros I. Alegre: Novo Século, 2000. p. 158)
Ao analisar o romance O Ateneu, Mário de Andrade fez a seguinte observação acerca de Raul Pompéia: Deu-lhe a ideia do seu romance a incompetência de viver adquirida ou pelo menos arraigada nele pelo drama do internato; vazou no livro o seu ódio por um passado que culpou (...). Com esta observação, Mário de Andrade considera que O Ateneu é um romance bastante marcado
pelos ressentimentos pessoais de seu autor, advindos de sua experiência de aluno interno.
pelo estilo exaltado de um narrador que simula ter vivido as experiências do protagonista do romance.
pelo desejo de mostrar a vida de um aluno incompetente, atormentado por intenso sentimento de culpa.
pela pesquisa que fez seu autor junto a colégios da época, quando se deparou com o conservadorismo das técnicas pedagógicas.
pela denúncia dos dramas que vivem os alunos de um internato religioso, em oposição à rotina amena das escolas públicas.