FIP-Moc Medicina 2020/1
(...) Na visão do mundo medieval no qual Filippo nasceu, era Deus, e apenas Deus, que podia olhar o mundo, e era a Igreja que revelava ao homem como Deus via o mundo. Entretanto, aquela visão do mundo estava mudando justamente no tempo em que Filippo crescia e se transformava em artista e pensador. Intelectuais, perseguindo a sabedoria da Grécia e de Roma, fizeram do homem uma força capaz de criar e transformar, não substituindo Deus, mas trabalhando dentro do plano divino (...).
Fonte: WALKER, Raul Robert. A disputa que mudou a Renascença. Rio de Janeiro: Record, 2002.
Essa atitude dos renascentistas relaciona-se:
à valorização do homem como ser racional, visto como obra perfeita da natureza, capaz de refletir, criar e difundir conhecimentos próprios.
à estrita relação entre Teologia e Filosofia, consideradas elementos comuns para expressar os valores culturais, históricos do período em questão.
aos ensinamentos religiosos da Igreja, preponderantes nas diversas manifestações artísticas do período, submetendo o homem à vontade de Deus.
ao conservadorismo de homens e de instituições ligados à cultura e aos valores tradicionais, embora outros setores estivessem em franca mutação.
à crença de que o homem deveria abandonar Deus, passando a fazer uso de suas faculdades racionais para explicar os dogmas cristãos.
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