“Na peça do O demônio familiar (de José de Alencar), o moleque Pedro [...] é um escravo tinhoso. Acolhido com bonomia por seus senhores, revela-se ‘réptil venenoso’, semeia confusões. [...] o jovem escravo é exemplarmente punido. Seu corretivo, pior que o açoite, é a perda do amparo da família patriarcal. A liberdade como castigo. ’Eu o corrijo, fazendo do autômato um homem; restituo-o à sociedade; porém, expulso-o do seio da minha família e fecho-lhe para sempre a porta da minha casa. (A Pedro) Toma: é tua carta da liberdade, ela será a tua punição de hoje em diante’.”
ALONSO, Ângela. Flores, votos e balas. O movimento abolicionista brasileiro (1868-88). São Paulo: Companhia das Letras, 2015. p. 58-9.
O trecho anterior deixa exposto, por meio da peça de José de Alencar, um dos elementos explicadores da escravidão no Brasil.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente esse elemento.
A bonomia da família patriarcal, evidenciada quando, diante da desumanidade da escravidão, dá a carta de liberdade a Pedro.
A condição de rebeldia marcada na pele dos escravos, que tinham aquela cor por desígnio divino, como a punição de Cam.
A escravidão fundada na cordialidade senhor – escravo, sob um patriarcalismo amortecedor dos conflitos sociais.
A rebeldia revelada pelos escravos sempre pontual, pois, sobretudo no Período Imperial, vigorou a cordialidade patriarcal.