Na passagem para o século XX o mundo já era praticamente tal como o conhecemos. O otimismo, a expansão das conquistas europeias, e a confiança no progresso pareciam ter atingido o seu ponto mais alto. E então, num repente inesperado, veio o mergulho no vácuo, o espasmo caótico e destrutivo, o horror engolfou a história: a irrupção da Grande Guerra descortinou um cenário que ninguém previra.(...) Essa escalada destrutiva inédita só seria superada por seu desdobramento histórico, a Segunda Guerra Mundial, cujo clímax foram os bombardeios aéreos de varredura e a bomba atômica. Após a guerra, houve uma retomada do desenvolvimento científico e tecnológico, mas já era patente para todos que ele transcorria à sombra da Guerra Fria, da corrida armamentista, dos conflitos localizados nas periferias do mundo desenvolvido, dos golpes e das ditaduras militares no chamado Terceiro Mundo. Quaisquer que fossem os avanços, o que prevalecia era a sensação de um apocalipse iminente.
(SEVCENKO, Nicolau. A Corrida para o século XXI. No loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001, p. 15-16)
O texto de Nicolau Sevcenko refere-se à passagem para o século XX. Esse período pode ser identificado em:
A modernidade foi entendida como crença no progresso, que levaria ao Paraíso perdido das antigas civilizações.
As obras dos impressionistas influenciaram o cubismo, que buscava novos parâmetros, nos quais a subjetividade do artista era fundamental, pois lançava um novo olhar sobre o mundo.
A produção de conhecimento voltava-se para modificar a vida cotidiana do homem, o racionalismo cartesiano ganhava adeptos e o materialismo histórico atraía os pensadores europeus.
As experiências democráticas, vividas pela sociedade contemporânea, foram fundamentais para a construção de ideias de liberdade e de igualdade relacionadas à cidadania, no mundo ocidental.
A burguesia, otimista e confiante, investiu no plano estético, incorporando os avanços tecnológicos na arquitetura e nas artes, que influenciaram o estilo de vida e o pensamento europeus.